As sete leis que o Criador ordenou à humanidade são os fundamentos da moralidade universal, estabelecendo os princípios para uma sociedade ética e harmoniosa. Segundo os sábios do Talmud, essas leis transcendem fronteiras culturais, promovendo justiça, respeito e reverência ao Criador. Elas aparecem logo no início da Torá e respondem a questões bem espinhosas, como a natureza do pecado de Adam ou o porquê Cain foi punido se ninguém havia dito que matar era errado. De uma forma geral, as sete leis formam a base da construção de um mundo melhor, orientado pela sabedoria divina.
No tratado de Sanhedrin 56a do Talmud Bavli, os sábios apresentaram a seguinte ordem das sete leis: Dinim, Bircat Hashem, Avodá zará, Guilui araiot, Shefihat damim, Guezel e Ever min hahai. Como o hebraico, por vezes, é muito conciso, esta seria uma tradução um pouco mais detalhada da lista que sábios apresentaram no tratado do Talmud.
Dinim
Bircat Hashem
Avodá zará
Guilui araiot
Shefihat damim
Guezel
Ever min hahai
Obviamente a Torá não tem uma lista das sete leis igual a dos dez mandamentos nos livros de Shemot e Devarim, por isso, muitas dúvidas surgem justamente porque ela não é vista no texto de uma forma clara. No entanto, o hebraico permite fazer o caminho de volta e compreender as leis, que estão na Torá de uma forma indireta. De acordo com o Rav Iohanan no tratado de Sanhedrin 56b, a origem das sete leis estão implícitas no livro de Bereshit 2.16.
O Deus Criador disse ao humano esta ordem, “Você é livre para comer de toda árvore do jardim”.
Ele continua sua explicação mostrando que cada parte deste verso está diretamente relacionado com uma dessas leis. Segundo o Rav Iohanan, “Deus” se refere à proibição de idolatria escrita em Shemot 20.2, “Eu sou o Criador, seu Deus, que tirou vocês da terra do Mitsraim”. Na sequência, a palavra “Criador” se refere à proibição de ofender o Nome de Deus escrita no verso de Vaicrá 24.16, “E quem ofender o Nome do Criador, morrerá”.
A palavra “disse” se refere às relações sexuais proibidas, como está escrito no livro do profeta Irmiahu 3.1.
E disse, “Se um homem se separar de sua mulher e ela se casar com outro homem, o primeiro marido poderia voltar para ela? Isso não condenaria toda a terra? Você, no entanto, se prostituiu com muitos amantes e agora quer voltar para Mim?” Diz o Criador.
A próxima lei tem origem no termo “humano”, diretamente conectada com a proibição de cometer assassinato escrita em Bereshit 9.6, “Quem derramar sangue humano terá seu sangue derramado por um humano, porque a humanidade foi feita à imagem de Deus”.
E “esta ordem” se refere a lei de estabelecer sistemas de justiça no mundo descrita no verso de Bereshit 18.19.
Porque Eu sabia que ele daria esta ordem a seus filhos e à sua casa depois dele, de guardar o caminho do Criador fazendo justiça e caridade, para que o Criador faça a Avraham o que lhe prometeu.
Ainda de acordo com o Rav Iohanan, a frase “Você é livre para comer” se refere à proibição que seria dada a Noah em Bereshit 9.4 de comer parte de um animal ainda vivo, porque Adam recebeu a permissão de comer as frutas, que estão prontas para o consumo enquanto um animal vivo ainda não é considerado pronto para servir como alimento.
Na sequência, a frase “de toda árvore do jardim” se refere à proibição do roubo, e aqui se aprende que uma pessoa só pode se beneficiar de itens que são permitidos a ela, assim, ter benefício de itens não permitidos é considerado roubo.
Os sábios do Talmud se debruçaram realmente no tema das sete leis de Noah para oferecer um caminho estruturado a quem quisesse se aproximar do Criador. Maimonides detalhou o que pode ser considerado a raiz de toda a argumentação do tema. Este é um trecho do capítulo 8 do Livro de Reis.
Moshê rabenu recebeu a ordem do Todo Poderoso de fazer o mundo aceitar os mandamentos dos Bnei Noah.
Todo o debate levou em consideração a forma com que os não judeus deveriam se relacionar com as sete leis e com os 613 mandamentos judaicos, separando claramente entre o que os sábios consideraram idólatras e não judeus. Até hoje existe uma certa incompreensão sobre essa distinção, pois ela é melhor entendida no hebraico. Via de regra, o tratado de Sanhedrin 56a traz a base de todo o universo Bnei Noah.
Os sábios ensinaram que “Sete mandamentos foram ordenados aos Bnei Noah: cortes de juízes, abençoar o Nome do Criador, idolatria, relações sexuais proibidas, assassinato, roubo e órgão de criatura viva”.
A partir dessa base, a questão é até onde um não judeu pode ir, se ele pode cumprir algum dos 613 mandamentos judaicos ou não. Em resumo, as conclusões iniciais dizem que os não judeus idólatras têm muito mais restrições, pois eles precisam se reorganizar antes de tentar avançar em qualquer área. Por outro lado, os Bnei Noah podem cumprir mandamentos judaicos, desde que estejam em dia com as suas obrigações para depois querer fazer o extra.
Muitas escolas rabínicas atuais seguem suas linhas de pensamento, por isso é importante ter um rabino e contar com a orientação dele pra entender o que a halahá realmente diz.
Os 613 mandamentos e as sete leis básicas possuem dinâmicas diferentes, e o judaísmo não apresenta unanimidade sobre a quantidade exata de ramificações que saem dessas leis, como acontece com os seus próprios mandamentos. Há um consenso de que as sete leis são categorias gerais que se desdobram em especificações para se aplicarem à realidade prática das pessoas. Alguns grupos estimam mais de 100 especificações, enquanto outros seguem as 66 listadas no livro The Seven Laws of Noah do Dr. Aaron Lichtenstein. O número mais aceito entre autoridades rabínicas é de aproximadamente 30 especificações, confirmado também no tratado de Hulin 92a do Talmud.
Ula disse “Estes são os trinta mandamentos que os descendentes de Noah aceitaram sobre si mesmos, embora cumprem somente três deles”.
Os sábios do Talmud ensinaram que as primeiras gerações da humanidade aceitaram inicialmente essa quantidade de leis, mas que a adesão a elas foi muito pequena. Na prática, esse número é bem maior quando se consideram os detalhes da aplicação dessas leis, que as transforma de conceitos teóricos em leis práticas. O tratado de Avodá zará (2.1 9a) do Talmud Ierushalmi também confirma a existência desse número especificações.
Esses são os trinta mandamentos que os descendentes de Noah irão aceitar sobre si mesmos no futuro.
Com base na halahá, os Bnei Noah têm o dever de estudar essas trinta especificações, que é a parte da Torá designada a eles. Esse estudo detalhado promove tanto a compreensão profunda das leis quanto a sua implementação prática no dia a dia, no caminho de evolução do mundo por meio dessas sete leis básicas que são a vontade direta do Criador para a humanidade.
A reza da tarde é um momento de transição que carrega o desafio espiritual de pausar as atividades do dia para se conectar com o Criador. A halahá estabelece que ela seja feita entre o meio-dia haláhico e até 13 minutos após o pôr do sol, sendo o momento ideal cerca de 9 horas após o nascer do sol. Os horários variam de acordo com a estação do ano, pois dependem do ciclo solar e do tempo que o céu leva para escurecer ou clarear completamente ao longo do ano. Essa reza está associada ao sacrifício da tarde que era oferecido no Templo, o que lhe confere uma relevância espiritual notável.
Horário mínimo
6 h
Depois do nascer do sol
Horário máximo
13 Min
Depois do pôr do sol
A reza da tarde é um momento de transição que carrega o desafio espiritual de pausar as atividades do dia para se conectar com o Criador. A halahá estabelece que ela seja feita entre o meio-dia haláhico e até 13 minutos após o pôr do sol, sendo o momento ideal cerca de 9 horas após o nascer do sol. Os horários variam de acordo com a estação do ano, pois dependem do ciclo solar e do tempo que o céu leva para escurecer ou clarear completamente ao longo do ano. Essa reza está associada ao sacrifício da tarde que era oferecido no Templo, o que lhe confere uma relevância espiritual notável.
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