As gerações de Adam na Torá

Fundamentos

Adam e Hava geraram duas linhagens significativas no mundo antigo, a de Cain e a de Shet, já que Hevel foi morto sem deixar descendentes. Essa fase da história se estendeu por cerca de 1600 anos e abrangeu 10 gerações. De acordo com o Midrash (Bereshit Rabá 23), os descendentes de Cain se entregaram à violência, à idolatria e à imoralidade, buscando perpetuar o nome deles para sempre.


A Torá apresenta sete gerações na linhagem de Cain. Ele teve um filho chamado Ḥanoḥ, e ele foi o pai de Irad. Irad foi o pai de Mehuiael. Mehuiael foi o pai de Metushael. Metushael foi o pai de Lemeḥ, e ele foi o pai de Iaval, Iuval, Tuval Cain e Naamá. O último relato da linhagem de Cain é o episódio de Lemeḥ, quando ele matou dois homens. Segundo o Midrash (Bereshit Rabá 23.4), um desses homens era o próprio Cain, morto acidentalmente por Lemeḥ após sete gerações. Depois desse episódio, a Torá não menciona mais seus descendentes até o dilúvio, que extinguiu completamente essa linhagem.


Do outro lado da história, o Midrash (Bereshit Rabá 24.6) ensina que os descendentes de Shet permaneceram justos por mais tempo, mantendo a conexão com o Criador. Segundo a Torá, Adam viveu 930 anos e foi o pai de Shet. Shet viveu 912 anos e foi o pai de Enosh. Enosh viveu 905 anos e foi o pai de Keinan. Keinan viveu 910 anos e foi o pai de Mahalalel. Mahalalel viveu 895 anos e foi o pai de Iered. Iered viveu 962 anos e foi o pai de Ḥanoḥ. Ḥanoḥ viveu 365 anos e foi o pai de Metushelaḥ. Metushelaḥ viveu 969 anos e foi o pai de Lemeḥ. Lemeḥ viveu 777 anos e foi o pai de Noaḥ. Na sequência da genealogia, Noaḥ viveu 950 anos e foi o pai de Shem, Ḥam e Iefet quando ele tinha 500 anos.


Quase todos os descendentes de Cain e de Shet foram contemporâneos de Adam. Da genealogia mostrada na Torá, Noaḥ foi a primeira pessoa que não o conheceu. Noaḥ nasceu em um mundo sem Adam e sem Shet. Ele cresceu num período violento e corrupto, com os Bnei Elohim e os Nefilim elevando exponencialmente essa condição. Sem Adam como referência de justiça e moralidade, a humanidade acabou se perdendo de vez. 


A população mundial antes da grande inundação pode ter sido muito maior do que se imagina. O saudoso professor e físico Adauto Lourenço publicou um cálculo baseado no modelo Malthusiano de crescimento populacional, onde a humanidade poderia ter alcançado entre 700 milhões e 2 bilhões de pessoas antes do dilúvio. O estudo considerou um cenário inicial com duas pessoas e um período de 1656 anos, limitando aos padrões modernos de taxa de crescimento (1,3% ao ano) e fatores de mortalidade, como violência e guerra. Nesse período, a humanidade era numerosa e complexa, mas também cometeu erros graves que causaram um desequilíbrio na ordem e na justiça do mundo. Esse aumento populacional não era o problema, e sim a degeneração moral sem precedentes, que resultou no decreto divino da grande inundação.

Qualquer um que aceite os Sete Mandamentos e tenha cuidado em fazer isso é um justo entre as nações do mundo e tem uma parte no próximo mundo.

- Maimônides, Mishnê Torá

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